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A exportação de laranja alcançou, entre julho de 2021 e fevereiro deste ano a marca de quase 660 mil toneladas comercializadas. Isso representou uma queda aproximada de 1,02% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021. A queda, ainda que pequena, é atribuída à forte concorrência do mercado mexicano, que faz fronteira com os EUA, o principal comprador da produção brasileira.
Mas a expectativa das negociações nacionais e internacionais para esta safra é positiva entre os produtores de citros do Norte de Minas. Aliás, não só para 2022. Eles acreditam que as próximas safras vão oferecer bons motivos para se comemorar. O otimismo vai além do solo ou das questões climáticas. Há um trabalho de fortalecimento da competitividade que promete tornar ainda melhor os produtos locais, que já são de excelência.
“Deveríamos fortalecer o trabalho, a pesquisa e o desenvolvimento de produtores profissionais que busquem sabor e que tenham uma fruta que seja desejada em todo território nacional e também no mundo. E que esse desejo seja pelo seu sabor, não apenas pela oportunidade numa janela de exportação”, avalia Alencar Saito, engenheiro agrônomo da Agroforte, empresa especializada em fornecimento de linhas de crédito rural.
Por isso, ele defende que as ações dos produtores sejam focadas também no mercado nacional, onde as oportunidades de negócios ocorrem durante todo o ano. “Há muito que ser feito ainda no mercado interno antes de pensar em exportação. Existem janelas de produção, existe demanda para produtos saborosos, coisa que tem sido pouco explorada no Brasil e no mundo”, observa.
Luiz Antunes compartilha com a análise do engenheiro da Agroforte. Diretor da 2DA Negócios+Território, empresa com grande experiência em estratégias de posicionamento de marcas e no fortalecimento de lideranças, ele explica que essa expansão passa pelo entendimento dos desafios da região. “É essencial expandir a visão para os grandes centros e mercados externos, entendendo as expectativas de cada mercado, analisando como os players de destaque atuam”, orienta.
Entender o comportamento do consumidor, segundo Luiz Antunes, pode ajudar a aproximar os produtores das grandes oportunidades. “Conhecer os movimentos culturais, as tendências nacionais e internacionais para assim ser possível ao território trabalhar diretrizes e ações que o posicionem de forma intencional e estratégica frente a tudo isso. Mas isso visando sempre, acima de tudo, o desenvolvimento da região como um todo”, recomenda.