quarta-feira, 29 de junho de 2022

ETFs ganham popularidade entre investidores brasileiros

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Comprar ações na bolsa é uma atividade comum para investidores com perfil agressivo, dispostos a se arriscar na busca pela melhor rentabilidade. Como esses ativos são de maior risco, a escolha costuma ser por aqueles que tendem a oferecer mais retorno financeiro. A questão é que nem sempre isso acaba acontecendo.

Mas e se em vez de uma ação específica o investidor pudesse comprar um pacote de ações atrelado a um índice? Pois é esse o fundamento dos ETFs – a sigla para Exchange Trade Funds, ou simplesmente Fundos de Índice. A ideia dos ETFs é ter uma carteira montada com o objetivo de acompanhar o desempenho de uma referência em particular.

“Seu funcionamento tem o foco em índices pré-determinados. Há ETFs que acompanham o Índice Bovespa, outros que acompanham os títulos públicos ancorados no IPCA. Mais recentemente, há até fundos que tentam acompanhar a performance das criptomoedas”, afirma Sanzio Cunha, trader, CEO e sócio fundador da Lotus Capital.

Ele explica que, como os ETFs são compostos por carteiras de ações, não papéis isolados, eles costumam ser parecidos com os fundos de investimentos. A diferença elementar é que os gestores dos fundos têm autonomia para operar diferentes tipos de ações, enquanto os gestores de ETFs focam nos ativos com vistas a seguir a referência. Assim, há casos em que o gestor opera para acompanhar o índice, não para aumentar a valorização.

Outro ponto é que os “fundos de índices” são comercializados diretamente no pregão da Bolsa de Valores, e por isso o acompanhamento é feito pelo investidor em tempo real, pela própria variação de cada ativo que compõe o ETF. “O investidor precisa ter bem claro que o foco é no índice de referência, não na maior rentabilidade. Isso delimita a margem de operações, mas ao mesmo tempo ajuda a dar mais segurança aos ETFs, porque não são tiros dados para qualquer lado”, esclarece Sanzio.

Hoje a tendência é de popularização desses ativos no mercado brasileiro. Somente entre janeiro e maio deste ano, o patrimônio de todos os ETFs nacionais alcançou R$ 39 bilhões, ante R$ 50 bilhões durante todo o período de 2021. A quantia atual já supera em R$ 1 bilhão todo o desempenho de 2020.

“Os ETFs são uma descoberta recente entre os investidores do país, e a tendência é de que cresçam ainda mais. Mas é importante que os interessados avaliem qual se aproxima mais do seu perfil de investimento. Há ETFs mais expostos a riscos, enquanto outros, ancorados em renda fixa, por exemplo, alcançam uma estabilidade maior. Por isso, é essencial fazer uma análise aprofundada antes de fazer essa escolha”, pontua o CEO da Lotus Capital.

Inflação alta derruba poder de compra, mas oferece cenário favorável a investimentos

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A inflação costuma ser vista como um vilão, seu impacto é sentido principalmente na hora do consumo. Ela está presente nas prateleiras dos supermercados e das farmácias, no menu dos restaurantes, nas mensalidades escolares e em qualquer outro estabelecimento que ofereça algum produto ou serviço.

O cálculo oficial da inflação no país é o IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE. O IPCA monitora mensalmente os preços de diversas categorias de consumo, como alimentos e bebidas, despesas pessoais, habitação, saúde e educação. Em maio, por exemplo, o índice da inflação foi de 0,47%, resultando num acumulado de 4,78% desde o início do ano e de 11,73% entre junho de 2021 e maio de 2022.

“Esse percentual é o aumento médio dos preços brasileiros nos últimos 12 meses. Isso diminui o poder de compra do consumidor, mas esse é o lado ruim da história. A inflação alta pode também significar bons rendimentos”, explica Lucas Oliveira, da Atrio Investimentos. “Há ativos disponíveis no mercado possuem valorização atrelada ao IPCA, acrescida de um percentual que garante ganho real sobre a inflação”, acrescenta.

Os principais investimentos atrelados ao IPCA são os títulos públicos, NTNB’s (o chamado Tesouro IPCA+), emitidos pelo governo federal. Basicamente, comprar esses papéis significa emprestar dinheiro à União, em troca de um rendimento previamente estabelecido, adicionado à variação do IPCA. Mas também há opções de títulos de renda fixa emitidos pelos bancos, que como CDB, LCI e LCA, papéis de empresas que são as Debêntures, inclusive existem as Debêntures Incentivadas que são isentas de imposto de renda para Pessoas Físicas e opções de fundos de investimentos atrelados a inflação e Debentures Incentivadas esse último também é isentos de IR para pessoa Física).

“Essas são algumas formas de alcançar um rendimento considerável num cenário mais inflacionário como atualmente o Brasil está passando.”, salienta Lucas Oliveira. Isto, pondera, não indica que a inflação alta é positiva, mas que é possível diminuir seus impactos e potencializar os retornos dos investimentos em um cenário de maior inflação. “A elevação dos preços inibe o consumo e atinge a camada com menor renda da nossa população.

Porém entender essa dinâmica é fundamental para fazer seus investimentos terem retornos adequados reequilibrando assim o poder de compra”, explica Lucas Oliveira da Atrio.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Metaverso promete elevar consumo da construção civil a novos níveis de experiência

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A experiência de adquirir um imóvel promete passar por uma revolução já num curto prazo. Com a ampliação do metaverso, um mundo virtual que propõe replicar de forma potencializada o mundo físico, a forma como a construção civil habituou-se a apresentar seus empreendimentos deve alcançar um novo patamar.

O showroom, o imóvel mobiliado que serve de modelo para o cliente, ainda é capaz de atrair a atenção de clientes e curiosos ao local da construção ou mesmo a uma feira do setor, mas há um limite inusitado: é necessário sair de casa. Essa barreira caminha a passos largos para ser derrubada definitivamente.

“Hoje já é possível conhecer um imóvel sem sair de casa. Mas a tecnologia vem dando mostras ainda mais incríveis do quanto a realidade aumentada poderá oferecer em termos de inovações satisfatórias para o cotidiano que só conhecemos no mundo real”, explica Alexandre Souza, engenheiro civil CEO da Projelet, da Projelet.

“Um empreendimento imobiliário vai muito além do apartamento. No metaverso, é possível ver a fachada de frente, entrar no prédio, conhecer de perto a área social, o elevador, a vaga da garagem. E isso acompanhado de um corretor de imóveis ou de um representante da própria construtora para fazer a apresentação de cada espaço”, sugere.

E por que não? Por meio de parcerias, como fabricantes de móveis, por exemplo, será possível remontar o imóvel usando um acervo mobiliário para cada cômodo. Tudo ao gosto do cliente! “A experiência de conhecer por completo um produto altamente personalizado, apesar de ainda não estar pronto, é uma realidade perfeitamente verossímil com o metaverso. A humanidade em breve vai se ver num imenso The Sims, aquele game clássico de computador, muito mais real do que se possa imaginar”, diz o CEO da Projelet.

BIM foi o primeiro passo
Contudo, Alexandre faz questão de ressaltar: a construção civil será revolucionada pelo metaverso, mas este novo mundo está longe de ser o primeiro grande passo do setor. O BIM – sigla de Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção, na tradução – é um sistema que já traz muitos dos potenciais do metaverso, e que já há alguns anos é aplicado pelas melhores empresas de engenharia do país.

“Suas potencialidades são em certa medida próximas daquilo que o metaverso oferece, à exceção da necessidade do deslocamento, já que nem todo usuário comum dispõe dos meios necessários para rodar o BIM em sua casa”, compara. “A apresentação ao cliente permite a ideia de ‘viajar’ pelo empreendimento e também ultrapassa os limites do showroom, estendendo-se a todas as demais dependências físicas do empreendimento”, sugere o engenheiro.

Mesmo com juros em alta, mercado imobiliário aponta para crescimento

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A Selic, a taxa básica de juros, está no patamar de 12,75%, o maior índice dos últimos 5 anos. O movimento de alta impulsionado pelo Banco Central tem como objetivo reduzir os índices de inflação, que estão, em média, acima do 1% ao mês no acumulado de 12 meses. A estratégia é tornar o crédito mais caro para inibir o consumo e gerar mais competitividade no mercado.

Mas o cenário do setor imobiliário vem ignorando essa lógica da economia. Mesmo com os juros nas alturas, a procura por imóveis de alto padrão mantém-se em alta em 2022. Uma das provas consistentes disso é o balanço mensal da Caixa no mês de maio. O banco estatal disponibilizou R$ 15,6 bilhões no mercado imobiliário por meio de créditos. É o maior valor mensal da história da Caixa.

“A Selic hoje está em 12,75%, e ainda com tendência de alta. E mesmo assim o mercado imobiliário está aquecido. Isso só mostra que a lógica de consumo não serve para um mercado tão consolidado quanto o de imóveis. O corte da inflação desejado pelo governo será por outros setores. Não pelo da construção civil”, afirma Sanzio Cunha, trader, CEO e sócio fundador da Lotus Capital.

“A explicação para o fenômeno é que os dois lados representam uma força de mercado muito grande. O governo com seu poder de intervenção e a construção civil com o volume de consumidores bastante interessados em adquirir um imóvel”, avalia. Para o CEO da Lotus, os juros elevados dos financiamentos deverão ter efeito inerte nos próximos meses.

“Essa procura deve manter-se no decorrer do ano por dois motivos: o interesse do público por imóveis de alto padrão e a valorização do metro quadrado, indicando que há um universo de consumidores bastante interessados em adquirir imóveis com a finalidade de investimento”, sustenta Sanzio Cunha.

Crescimento astronômico
Em números absolutos, 2021 foi um ano avassalador para a construção civil e apresentou um crescimento astronômico. Os lançamentos imobiliários de médio e alto padrão chegaram a mais de 64 mil unidades no ano passado, e quase 28 mil imóveis foram comercializados no mesmo período. A quantidade de lançamentos foi 226% maior em comparação com 2020. Já as vendas subiram 21% no comparativo com o ano retrasado.

“Talvez pelo grande potencial de retorno financeiro, comprar imóveis passou a ser um investimento aparentemente seguro diante de taxas de juros tão altas como as que são praticadas em nosso mercado. É isso que talvez seja capaz de explicar que o que parece imponderável na verdade é repleto de lógica”, defende Cunha.

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