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Comprar ações na bolsa é uma atividade comum para investidores com perfil agressivo, dispostos a se arriscar na busca pela melhor rentabilidade. Como esses ativos são de maior risco, a escolha costuma ser por aqueles que tendem a oferecer mais retorno financeiro. A questão é que nem sempre isso acaba acontecendo.
Mas e se em vez de uma ação específica o investidor pudesse comprar um pacote de ações atrelado a um índice? Pois é esse o fundamento dos ETFs – a sigla para Exchange Trade Funds, ou simplesmente Fundos de Índice. A ideia dos ETFs é ter uma carteira montada com o objetivo de acompanhar o desempenho de uma referência em particular.
“Seu funcionamento tem o foco em índices pré-determinados. Há ETFs que acompanham o Índice Bovespa, outros que acompanham os títulos públicos ancorados no IPCA. Mais recentemente, há até fundos que tentam acompanhar a performance das criptomoedas”, afirma Sanzio Cunha, trader, CEO e sócio fundador da Lotus Capital.
Ele explica que, como os ETFs são compostos por carteiras de ações, não papéis isolados, eles costumam ser parecidos com os fundos de investimentos. A diferença elementar é que os gestores dos fundos têm autonomia para operar diferentes tipos de ações, enquanto os gestores de ETFs focam nos ativos com vistas a seguir a referência. Assim, há casos em que o gestor opera para acompanhar o índice, não para aumentar a valorização.
Outro ponto é que os “fundos de índices” são comercializados diretamente no pregão da Bolsa de Valores, e por isso o acompanhamento é feito pelo investidor em tempo real, pela própria variação de cada ativo que compõe o ETF. “O investidor precisa ter bem claro que o foco é no índice de referência, não na maior rentabilidade. Isso delimita a margem de operações, mas ao mesmo tempo ajuda a dar mais segurança aos ETFs, porque não são tiros dados para qualquer lado”, esclarece Sanzio.
Hoje a tendência é de popularização desses ativos no mercado brasileiro. Somente entre janeiro e maio deste ano, o patrimônio de todos os ETFs nacionais alcançou R$ 39 bilhões, ante R$ 50 bilhões durante todo o período de 2021. A quantia atual já supera em R$ 1 bilhão todo o desempenho de 2020.
“Os ETFs são uma descoberta recente entre os investidores do país, e a tendência é de que cresçam ainda mais. Mas é importante que os interessados avaliem qual se aproxima mais do seu perfil de investimento. Há ETFs mais expostos a riscos, enquanto outros, ancorados em renda fixa, por exemplo, alcançam uma estabilidade maior. Por isso, é essencial fazer uma análise aprofundada antes de fazer essa escolha”, pontua o CEO da Lotus Capital.
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