sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Criação da SAF do Flamengo deve apresentar o teto dos valores dos clubes brasileiros

 

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A recente declaração do vice-presidente geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee, sinalizando para a possibilidade de o clube se transformar em sociedade anônima do futebol (SAF) pode ser o início de um verdadeiro terremoto sob o ponto de vista financeiro no recém-criado mercado do futebol no Brasil.

Isto porque a marca Flamengo tem sido, já há alguns anos, sinônimo de hipervalorização. Além de alcançar um faturamento anual de R$ 1 bilhão, o clube é, de longe, o mais popular do país, com cerca de 40 milhões de torcedores. O reflexo aparece dentro das quatro linhas, com um time forte que vem conquistando ou ao menos disputando títulos importantes desde 2019.

Essa combinação é tudo com o que sonham os mega investidores. Tanto que já surgem especulações sobre o interesse do multibilionário Nasser Al Khelaifi, dono do PSG, em adquirir o clube carioca. “Uma eventual conversão do Flamengo em SAF movimentaria o mercado de uma forma como ainda não foi visto. Seria a abertura para negociar a marca mais valiosa do futebol brasileiro, o que nos daria um parâmetro mais real do valor dos nossos clubes”, analisa Elthon Costa, sócio-diretor das Relações de Trabalho e Desporto da Todde Advogados.

O escritório, por sinal, tem autoridade quando o assunto é SAF, uma vez que vem liderando o processo de transformação em alguns clubes do futebol brasileiro. Ao observar o mercado, o jurista crava que a adesão do Flamengo pode ser um novo divisor de águas. “É possível concluir que a SAF já deu certo. Mas esse primeiro ano da lei 14.193, que legaliza o instrumento, tem sido marcado por muitas especulações. É um processo natural, pois os dirigentes dos clubes não têm uma noção exata do valor de suas agremiações, e na verdade os investidores também não”, revela Elthon Costa.

Para o diretor da Todde Advogados, dificilmente haverá nesta primeira entrada de capital um investidor que disponha a pagar mais do que podem vir a oferecer ao Flamengo. “Temos outras grandes marcas, como a do Corinthians, que tem a segunda maior torcida do país, mas que não vive um momento político e econômico tão promissor. O Brasil tem o privilégio de contar com muitos clubes de massa, mas nenhum deles, pelo menos hoje, reúne condições tão favoráveis como a do Flamengo”, analisa.

Transformação
Elthon Costa lembra que o processo de transformação da SAF deve passar pelo crivo do Conselho Deliberativo dos clubes. O processo consiste em separar o futebol, que é a atividade-fim dos clubes, de outros produtos ligados à associação. “As associações que regem quase a totalidade dos clubes de futebol do país são entidades sem fins lucrativos. Isso dá espaço para gestões irresponsáveis, que acabam por deixar os clubes em estado de insolvência”, diz o advogado da Todde Advogados.

“A SAF vem justamente para profissionalizar a gestão do futebol e garantir o pagamento de dívidas altíssimas, que por muito tempo eram jogadas para debaixo do tapete. É um movimento de moralização do futebol brasileiro, que permite agregar novos modelos de gestão, agregando governança e compliance. É uma nova era para o futebol brasileiro”, conclui.

Inteligência artificial inova meios de segurança digital

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Falar em segurança digital num mundo amplamente conectado tornou-se uma necessidade natural. E o próprio nível de conscientização do usuário é exemplo disso, a ponto de conviver pacificamente com os sistemas de proteção usados em diversos aplicativos do celular ou nos pontos de atendimento em locais que demandam o controle do fluxo de pessoas. A segurança hoje é imprescindível nos apps de bancos, no cadastro do e-commerce e nas redes sociais, para dar apenas alguns exemplos.

Os motivos são óbvios. A tecnologia digital expandiu a vigilância contra fraudadores e reduziu o tempo de averiguação no acesso dos usuários aos softwares. Isso vem alterando consideravelmente as experiências dos clientes com as empresas graças ao nível de segurança adotado junto ao produto ou serviço. Solução que só foi possível com a inteligência artificial.

“Há alguns anos, o atendimento começava por um funcionário responsável, que comparava a imagem do documento com o rosto do portador, e ali começava uma relação que poderia ser de alto risco para a empresa e até para outros usuários. Hoje há meios de garantir um alto nível de segurança a essa relação”, explica Maria Cristina Diez, diretora comercial da Most Specialist Technologies, empresa que atua em sistemas de segurança digital há 30 anos.

A própria Most desenvolveu um sistema chamado mostID, que reúne soluções inteligentes para a etapa do onboarding, ou seja, para o acesso a produtos e serviços da empresa. “A mostID oferece diversos recursos de segurança. Por exemplo na verificação de um documento, ainda que por meio de uma foto dele. A partir da leitura, a máquina consegue identificar qual documento é aquele e faz uma série de cruzamentos de dados”, diz a diretora da Most.

Outro recurso da mostID é o Face Match, sistema que permite comparar o rosto de um usuário com a foto que ele tem registrada num documento. Esse reconhecimento facial potencializa a chance de observar com 98% de precisão os dados extraídos a partir dessa combinação. “O Face Match é aquilo que há alguns anos chamavam de ‘cara-crachá’, que era feito visualmente. Hoje esse comparativo é automatizado e com larga chance de eficácia nos dados extraídos”, esclarece a diretora da Most.

Já para serviços que avaliam o acesso a empréstimos bancários, é importante a instituição fazer um levantamento do histórico do cliente. E quanto mais ágil for essa verificação, melhor para a empresa e para o usuário. “Há alguns anos esse serviço podia levar até mesmo dias, mas hoje esse resultado aparece em alguns segundos”, revela Maria Cristina Diez.

“São muitas ferramentas disponíveis, e é importante que elas atendam não apenas aos interesses das empresas como também às necessidades de segurança dos clientes, sem prejudicar sua experiência no onboarding. Esse equilíbrio só é possível com a inteligência artificial. A evolução da proteção digital caminha nesses dois sentidos, operando com tempo e eficiência”, pontua a diretora da Most.

IA avança, e sistema com tecnologia já faz reconhecimento facial em menos de 1 segundo

Quando se pensa na evolução dos sistemas de segurança que utilizam a tecnologia da inteligência artificial (IA), é comum imaginar novas má...