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Para uma parcela cada vez maior da população brasileira, as contas de luz vão se tornando coisa do passado, e que não vão deixar nenhuma saudade. A dependência exclusiva de energia elétrica fornecida pelas concessionárias, como a Eletrobras, a Cemig ou a Enel, já há alguns anos perdeu força para grandes oportunidades de economia e até de bons negócios.
O acesso aos painéis solares, inclusive residenciais, garantem energia mais limpa, mais econômica e até mais flexível. Isto porque o consumidor não precisa restringir sua estrutura aos quilowatts que lhes são necessários, mas instalar uma quantidade superior à demanda e repassar o excedente a outras instalações em seu nome, CPF ou CNPJ. Essa ideia vem transformando a maneira como os brasileiros se relacionam com este mercado, impactando inclusive os novos projetos imobiliários.
Tanto que os sistemas de energia de matriz solar vêm crescendo exponencialmente em todo o país. Atualmente, existem mais de 2 milhões de painéis instalados em casas, edifícios, comércios, galpões, fábricas e até mesmo em pequenos terrenos.
O levantamento é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que apura que toda essa fonte alcançou a geração de nada menos que 22 gigawatts (GW) de pura energia limpa em 2022. No último mês de agosto, revela a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), este valor alcançou os 23 GW. Até 2040, esta matriz responderá por aproximadamente 31% de toda a produção energética do país.
Como sustentabilidade é um dos “sobrenomes” da construção civil, há uma tendência – que bem se poderia ser classificada como inevitável – de que os números da Absolar simplesmente estourem já nos próximos anos. Não apenas pelo desejo do consumidor com as placas como também pelo potencial de mercado dos sistemas solares. É exatamente a combinação desses fatores que vem influenciando positivamente nos novos empreendimentos imobiliários, cuja quase totalidade já nasce compatível com os sistemas de energia solar.
E se ainda pairam dúvidas sobre instalar ou não, sobram respostas afirmativas para aderir aos painéis. Além de uma economia que pode chegar a 95% na conta de luz, há uma valorização imobiliária de cerca de 5% dos locais onde há instalação de energia fotovoltaica.
Também há, evidentemente, uma contribuição ambiental dos usuários de energia solar, uma vez que o uso dessa fonte energética dispensa a emissão de gases de efeito estufa, aumentando também as cotas de carbono que o país pode comercializar. Em síntese, há toda uma cadeia produtiva e ecológica que gira mais forte à medida que novos consumidores aderem ao mercado. É uma prática que, portanto, deve ser estimulada, tal como já vem ocorrendo nos projetos de engenharia.
O autor é João Borges, engenheiro eletricista, gestor de projetos e sócio da Projelet, empresa de engenharia e arquitetura especializada em soluções inteligentes para a construção civil - _comercialsp@projelet.com.br_
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